Educação vem de casa!

Irmãos ciumentos, irmãs egoístas. Dicas para enfrentar a rivalidade entre os irmãos – R. W. Alley 

               


Esse livro é escrito com muitas figuras de linguagem, então, sugerimos que seja compreendido pelos pais e feita sua releitura às crianças. As hipóteses, nele apresentadas, estimulam a empatia, já que mostram como cada irmão se sente em relação ao todo, lembrando que cada um deles é parte de um todo.

Adicional às informações que ele traz, é bom lembrar que a educação, aquela que deve vir de casa, é muito mais rica se:

- Estimular a empatia (use frase como “imagine se fosse com você...”, “o que você sentiria / faria no lugar do dele?”, “como você acha que ele se sente quando você faz tal coisa?”, “mas e se você tivesse aquele idade?”,...);

- Mostrar a importância de cada um no ambiente familiar e a importância das diferenças de cada participante de um trabalho em equipe (são as diferença entre os membros de um time que o faz vencer como todo, cada um é melhor em uma coisa e pior na outra);

- Nunca incentivar competição (o foco deve ser crescer, aprender, conviver. Jamais derrubar o outro – atitudes competitivas não podem ser reforçadas, mas sim evitadas e, em momento oportuno, discutidas - não deixar passar em branco);

- Nunca incentivar birras ou ciúmes (birras e crises de ciúmes devem ser ignoradas até passarem, depois, pode-se conversar sobre elas e mostrar que são ineficazes e injustas – ninguém pode ter mais atenção ou mais qualquer coisa porque grita mais. Isso é absurdo e gera adultos histéricos e insuportáveis);

- Valorizar as diferenças de cada um: não julgar o quanto se esforçaram quando conquistarem algo, pois isso é muito pessoal (lembre-se que cada um sente de um jeito e somente a própria pessoa sabe o quanto se esforçou para conseguir algo);

- Não julgar as verdades do outro, mas buscar compreendê-las. Incentivar o diálogo e o respeito.

- Dar o exemplo;

- Deixar que resolvam os conflitos, negociem (regras são fundamentais para haver ordem e, quando não há um “juiz”, as próprias crianças organizam suas regras e acordos. Às vezes você pode dizer “assunto de criança só pode ser resolvido por criança” e se afastar). 

São quesitos simples, mas que norteiam relações, geram responsabilidade e são levados para a vida.


Na vida adulta...

É extremamente importante que policiais tenham esse tipo de educação, especialmente no que se refere a não competir, mas, sim, crescer junto, trabalhar em equipe.

Na resolução de uma crise que necessita da polícia, mortes podem ocorrer! Um policial é responsável por salvaguardar seus parceiros (assim são chamados os policiais que trabalham numa mesma equipe, não são somente "colegas").

Educação é algo que se adquire em toda a vida, não somente na infância. As Academias de Polícia são para adultos e, os bons profissionais que nelas trabalham, estimulam a educação correta comentada acima.

Um fato interessante que ocorreu em 2014, na Academia de Polícia do Estado de São Paulo, mostra um pouco isso:

Um garoto se incomodou com dois outros que colavam numa prova e contou isso diretamente ao ex-divisionário do curso, autoridade máxima de todo o curso na época. O que ocorreu? Esse fato foi citado em público (sem citarem nomes), numa solenidade semanal obrigatória, em que o divisionário (pessoa muito culta e, o mais importante, com experiência nas ruas, não somente a jurídica) explicou que o garoto fez errado em passar por cima da hierarquia (deveria ter se dirigido primeiramente ao seu professor, primeira autoridade local) e por agir de “má fé”, buscando fazer mal a colegas ou parceiros. Independentemente do que estivessem fazendo os garotos, o policial aluno deveria tentar organizar as coisas de maneira legal e que não prejudicasse ninguém – conversar diretamente com quem estava fazendo errado ou chamar a autoridade imediata local (seu professor). O ex-divisionário ainda terminou com a frase “policial fofoqueiro não é bem vindo na nossa instituição”. E sugeriu que o professor daquela matéria ficasse mais atento, de qualquer forma, pois colar também não é bem visto por ele...

Perceba que isso não estimula que se acoberte o errado (até por que acobertar algo errado é crime e, para a polícia, tem punição dupla e demissão), mas sim que se trabalhe em equipe e se busque soluções diferentes de vingança, fazer mal a alguém ou fazer "justiça" com as próprias mãos.

Isso sim é ser professor e policial. Ele não faltou com a ética, não prejudicou ninguém e ainda deu o exemplo: resolveu o conflito no diálogo sem a necessidade de se vingar de alguém ou de fazer um mal, sem a necessidade de provar a autoridade, já que sabe que a tem. Quem dera todos com poder fossem assim... E não fossem inseguros e irracionais.

Ainda assim, lembro que muito do que as pessoas trazem em si deriva de sua índole, não se faz apenas pelo meio...

Infelizmente nem metade dos policiais chegam aos pés do citado ex-divisionário... Porém, quem sabe com educação adequada um dia isso melhore. Como formador, ele fez sua parte. 



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