Mudanças intensas: trocando de lar ou ganhando um irmãozinho

Dizendo Adeus... Dizendo Olá... Quando sua família está de mudança - Michaelene Mundy

O livro nos lembra que sentimentos variados e até antagônicos são normais quando mudanças ocorrem. Nas crianças, esses sentimentos são mais intensos, além de que elas não compreendem, como adultos, os motivos das mudanças, e não tem certeza de que não será abandonada, nem que poderá se adaptar ao novo e voltar a ser feliz. É preciso mostrar isso a elas, conferir segurança, deixá-las participar dos processos e estar junto (fisicamente junto, em especial).

Crianças costumam se apegar a coisas e tratá-las como vivas: dar nome, cuidar, acreditar que elas têm sentimentos. Isso é normal (na infância, depois passa... E se não passar, é bom buscar terapia). E como algo normal, deve ser respeitado. Não trate as coisas que tem importância para a criança como coisas quaisquer. A importância é real. Se possível, leve-as na mudança. No momento adequado, a própria criança optará por sua doação.

Nas mudanças, a ideia é chocar o quanto menos (e já chocará muito). Tente levar o que for possível (sem exageros). Ajude a criança a se despedir (dizer adeus) do que ficará, lembrando que, às pessoas que ficarão, é possível manter contato. Lembranças do que não pode ser levado, como fotografias, por exemplo, podem ser mantidas. Aspectos da rotina também podem e devem ser mantidos, ainda que mudem os locais onde ocorrem.

Um novo bebê está chegando. Um guia para o irmão e a irmã mais velhos – Emily Menendez-Aponte

A chegada de um bebê é uma mudança tão radical quanto se mudar de casa. Os medos da criança são parecidos, as confusões e sentimentos também. Sugere-se, portanto, manter o máximo possível as rotinas (evitando ainda mais mudanças), incluir a criança levando-a a participar, sentir-se importante nos cuidados ao bebê; chamar o bebê de “nosso bebê”, nunca de meu bebê; mostrar sempre que a criança já foi um bebê e, quando isso ocorreu, era ela o centro das atenções e ganhou muitos presentes (mostrar fotos); explicar e mostrar sempre que ela não vai ser deixada, nem menos amada agora que terá um irmãozinho, mas que precisa ter paciência nessa fase em que o bebê necessita de mais cuidados que ela.

Recomenda-se explicar o que é e como funciona um bebê: por que ele é tão sem graça a princípio e por que precisa realmente de tantos cuidados o tempo todo. É importante lembrar que o bebê vai crescer e se tornar uma criança ativa, que brincará e não mais dependerá de tanta atenção, que poderão ser amigos, brincar juntos, ter segredos e até dormir juntos às vezes.

Nossa recomendação especial é nunca, jamais ser agressivo!

Alguns pais, seja por ignorância, estresse ou instintos primitivos tão comuns em nossa sociedade sem tempo nem para pensar, não deixam as crianças participarem da vida dos bebês e, caso cheguem perto, dão broncas, castigos ou até pior. Isso é muito inadequado em relação a animais de estimação, quem dirá às crianças! Atitudes agressivas apenas ensinam que é certo resolver as coisas com agressividade, geram antipatias, acabam com a autoestima e causam problemas de comportamento.

Um fato horrível a relatar é o caso de um amigo que, quando pequeno, derrubou de uma cadeira seu irmão deficiente mental, na tentativa de levá-lo para brincar, e apanhou muito de seu pai. Perceba que a criança foi castigada de maneira absurda, ilegal e completamente desproporcional (fisicamente), injusta (pois agiu na melhor das intenções) e somente por querer fazer algo de bom. Com certeza uma mágoa que traz até hoje, adulto, como relatou.

Mudanças são muito delicadas, ainda mais quando envolvem seres vivos. Há relatos de crianças não-psicopatas e sem problemas mentais que mataram, de maneira cruel, cães, gatos, peixes e pássaros da família, somente por não entenderem sua chegada, terem medo de serem abandonadas ou menos amadas ou por terem sido castigadas por motivo semelhante ao descrito.

É importante lembrar os pais que a educação de seus filhos depende deles, não vêm pronta “de fábrica”.




Para refletir: Compare a matéria acima com a Novato na casa - aproximando animais. Perceba as semelhanças.


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