Firmeza – postura e atitude fundamental na boa educação

Firmeza na educação é colocar limites de forma clara, bem explicada, não contraditória e sem violência. É cumprir tais limites e exigir que eles sejam cumpridos. É não autorizar que alguns limites sejam desrespeitados nunca, jamais; e que outros possam ser modificados ou possa haver exceções, acordos, desde que bem argumentados. 

Para isto, deve-se ter clareza no que se deseja e bons motivos para cada limite colocado. Para não perder a credibilidade, deve-se cumprir toda palavra proferida, logo, cuidado com ameaças absurdas ou desproporcionais. 

Em caso de desrespeito, deve haver punição coerente, claramente explicada e adequada à idade e desenvolvimento. Atente para que seja compreendida e esteja de acordo com o ato realizado (o que se desrespeitou).

Uma educação sem limites estimula o mimo e gera a falta de confiança no educador. O educador passa a ser visto pelo educando como fraco e não exemplar. Passa a não ser admirado, nem respeitado pelo educando.

Filhos adolescentes percebem o amor dos pais quando estes colocam limites a eles. Cães também! Ninguém que não tem firmeza consegue admiração real de um filho. Pode conseguir amor, mas não admiração como educador.

A educação não deve ser militarizada, nem autoritarista, mas, caso solta demais, gera péssimos frutos. 

Sem firmeza são gerados, por exemplo, os filhos viciados, preguiçosos, egocêntricos demais, birrentos...

Deve-se saber o momento de ser firme e não ter dó em tomar a atitude correta, ou seja, educar, que significa deixar que o educando sofra as consequências de seus próprios atos (claro, na medida de seu entendimento e desenvolvimento - não se deve deixar uma criança queimar a mão porque tem curiosidade de se aproximar do fogo). 

Livrar o educando das consequências de seus atos é mimá-lo. É ensinar-lhe que pode fazer o que quer, pois sempre haverá quem acoberte seus erros.

Exemplos atitudes certas e erradas com relação ao tema:

1 - O filho sai para a balada, informado de que se voltar embriagado não poderá entrar em casa. Atitude errada: os pais, com medo dos escândalos, vergonha ou receio da violência das ruas, não cumprem a palavra dada e o deixam entrar (ainda que com o sempre falso pretexto “só desta vez”);

Atitude correta: os pais cumprem a palavra e deixam o filho se virar até estar sóbrio e ser autorizado a entrar em casa.

2 – A polícia apreende o menor por algum motivo

Atitude errada: os pais, sem perder nenhum segundo, buscam o filho na delegacia ou ainda chegam lá com um advogado...

Atitude correta: os pais buscam o filho após cerca de 20 horas. Sem acordar no meio da madrugada, nem interromper qualquer compromisso para tal. E nada de advogado. Sem desespero.

Perceba que, nos exemplos, ninguém espancou em ninguém.

Violência física é abusiva, demonstra falta de equilíbrio emocional e gera a sensação de desamor. Quem ama nunca pode violentar quem é amado, isto não é educar!

Mas a violência nunca educa?

Na verdade, dependendo do caso, apanhar da polícia ou de bêbados de um bar, por exemplo, pode ser muito educativo, pois mostra a pessoa que suas ações têm consequências. Porém, apanhar de quem amamos só mostra o desequilíbrio emocional dessas pessoas e sua incapacidade de dialogar e ensinar.

...Só lembrando: quem não educa com firmeza precisa chamar a polícia quando os próprios filhos causam problemas. Parece absurdo? Acontece todos os dias.


Saiba mais:

Entenda como colocar limites de forma equilibrada no texto da psiquiatra Luzinete R. C. Carvalho sobre ser permissivo ou autoritário. Recomendo sua página Visão Clara. Muito educativa para pais e professores.

Assista ou baixe para ouvir as palestras relacionadas, com explicações mais profundas:

- Da psiquiatra Julieta Jerusalinsky, a excelente palestra Melancolia na Infância.

- Do Psiquiatra Ivan Capelatto, a excelente palestra Limites: A Formação Necessária do Superego.

Ambas as palestras são extensas, mas valem muito a pena! Recomendo!